24.1.07

Ryszard Kapuscinski (1932-2007)












O escritor e jornalista polaco Ryszard Kapuscinski faleceu ontem à noite em Varsóvia, aos 75 anos. Prémio Príncipe de Asturias de Comunicação e Humanidades em 2003, era um dos grandes mestres do jornalismo moderno e o autor polaco mais traduzido no mundo inteiro. O escritor sofria de doença prolongada e fora sujeito a uma operação complicada no passado sábado. (continue a ler no El Pais)

Adenda: A editora portuguesa Campo das Letras informou ter em preparação e prestes a ser editado Andanças com Heródoto, de Ryszard Kapuscinski. Os anteriores títulos de Kapuscinski publicados em Portugal têm todos a chancela daquela editora do Porto.

Opinião

A literatura em perigo
Vasco Graça Moura, DN 23/01/07

Comprei há dias em Estrasburgo um pequeno ensaio de Tzvetan Todorov intitulado La littérature en péril (Paris, Flammarion, 2007), que acabou de sair e cuja leitura recomendo a quantos se interessam pelas questões do ensino da literatura, muito em especial no secundário. (...) Em La littérature en péril ele parte do princípio de que o que interessa para a generalidade dos leitores é fundamentalmente a compreensão do sentido das obras literárias, sendo para essa compreensão que devem ser proporcionadas as abordagens adequadas na escola. Isto porque cada obra tem um sentido portador de modalidades insubstituíveis de compreensão do mundo e de nós mesmos, ao veicular experiências singulares e criar personagens na diversidade do vivido que tornam possível um enquadramento e um conhecimento mais profundos da realidade humana nas suas múltiplas dimensões. Ora, como ele diz, os grandes autores ensinam-nos pelo menos tanto sobre a condição humana como os maiores sociólogos, psicólogos e filósofos. (leia o texto completo, aqui)

23.1.07

Açores guardam em cofre exemplar raro de "Os Lusíadas"












Um cofre climatizado guarda uma das principais raridades do acervo da Biblioteca Pública de Ponta Delgada (Arquipélago dos Açores): um dos seis exemplares da primeira edição de Os Lusíadas, de 1572, que permanece desconhecido do grande público. Sem nenhum pedido de consulta em 2006, esta edição de Os Lusíadas tem sido, ao longo dos anos, apenas solicitada por pesquisadores e estudiosos, a maioria dos quais professores universitários. Apesar da fragilidade, o livro, de 18 centímetros de altura, editado em Lisboa, encontra-se em bom estado de conservação, pelo que o exemplar poderá ser consultado pelo público mediante o cumprimento de certas e determinadas regras. (fonte: UOL)

Casa-Museu Miguel Torga prometida para Agosto











A transformação da casa onde viveu o médico-escritor está a cargo da Câmara Municipal de Coimbra, que adquiriu o imóvel por 324 850 euros em 2004. O vereador do pelouro da Cultura, Mário Nunes, aquando da inauguração, há dias, do percurso de troleicarro pelos sítios emblemáticos da vida de Torga, deixou a promessa de que o imóvel estaria pronto até 12 de Agosto (dia em que se celebram exactamente os 100 anos do nascimento de Adolfo Rocha). O importante espólio legado pela filha do escritor - documentos, manuscritos, edições raras, fotografias, filmes, cassetes, quadros - está a salvo da humidade que vai corroendo o interior da casa, situada na Praceta Fernando Pessoa. Todo o acervo, guardado num dos espaços do Museu da Cidade de Coimbra, está agora a ser catalogado por técnicos da autarquia. (fonte: DN)

Google vai apostar nos livros electrónicos

Fazer com os livros o que o iPod da Apple fez com a música é o objectivo do novo projecto da Google, associada a várias casas editoriais. De acordo com o jornal The Times londrino, a empresa por trás do motor de busca mais utilizado da Internet está a trabalhar num sistema que permitirá descarregar livros em formato electrónico para o computador ou para leitores multimédia portáteis. "Estamos a trabalhar numa plataforma que permitirá aos editores fornecer acesso integral a livros através da Internet", disse ao jornal londrino Jens Redmer, director do Google Search na Europa. "Uma pessoa pode querer alugar um guia de viagem para as férias ou comprar um capítulo inteiro de um livro. Serão os leitores a decidir como quererão ler os livros", adiantou ainda Redmer. De acordo com o The Times, estão ligados ao novo projecto da Google grandes casas editoriais anglo-saxónicas, como a Penguin, a Harper Collins, a Oxford University Press ou a Simon & Schuster. (fonte: Público)

22.1.07

Dois dias em Janeiro










Golgona Anghel, Jorge-Reis Sá e Fernando Pinto do Amaral apresentaram Eis-me Acordado Muito Tempo Depois de Mim (Quasi), fotobiografia de Al Berto, no dia 11. Juan Carlos Reche, Juan Antonio Bernier, Carlos Pardo, José Luís Peixoto, José Mário Silva e Pedro Santa Maria animaram uma sessão de leitura de poesia, integrada no festival Migrations, no dia 20. Foram os primeiros eventos programados pela Casa Fernando Pessoa para 2007. Muitos outros se seguirão.

Harold Pinter recebe a maior distinção francesa








O dramaturgo e prémio Nobel em 2005, Harold Pinter, recebeu a Legião d'Honra das mãos do primeiro-ministro Dominique de Villepin. A cerimónia teve lugar na Embaixada de França, em Londres. Notícia completa aqui.

Casa d´Os Dias da Água estreia «Ode Marítima» dia 25












O monólogo Ode Marítima, de Álvaro de Campos, estará em cena na Casa d´Os Dias da Água, em Lisboa, entre 25 de Janeiro e 4 de Fevereiro. O actor João Miguel Garcia sobe ao palco de terça-feira a domingo, às 22:00 horas. Encenada por Alberto Lopes, a peça não segue a regra do texto teatral, cabendo ao actor «dar corpo às palavras, revelando os seus sentidos». Sem personagens e sem acção, Ode Marítima é um texto com uma estética implícita e intensa, misturando a relação entre ideia e expressão. (fonte: Diário Digital)

Agualusa e Saramago nomeados para o prémio Independent Foreign Fiction











O angolano José Eduardo Agualusa e o português José Saramago são dois dos nomeados para o prémio internacional do jornal The Independent, apoiado pelo Arts Council britânico, no valor de 10 mil libras. Agualusa foi escolhido por O Vendedor de Passados (The Book of Chameleons na tradução de Daniel Hahn publicada pela Arcadia Books), enquanto Saramago foi nomeado por Ensaio Sobre a Lucidez (Seeing na tradução de Margaret Jull Costa publicada pela Harvill Secker). O prémio pretende destacar a importância das traduções de ficcionistas estrangeiros e por isso é repartido igualmente entre autor e tradutor. O vencedor será anunciado no princípio de Maio.
(fonte: Público)

20.1.07

Morreu a poetisa Fiama Hasse Pais Brandão


















A poetisa Fiama Hasse Pais Brandão morreu aos 69 anos, comunicou hoje o editor da autora, que foi também dramaturga, ensaísta e tradutora. Fiama Hasse Pais Brandão destacou-se sobretudo na poesia, constando da sua obra os títulos O Aquário ou Cantos do Canto. Recebeu em 1957 o Prémio Adolfo Casais Monteiro pela obra Em Cada Pedra Um Voo Imóvel. Casada com o poeta Gastão Cruz, dedicou-se igualmente à escrita para teatro, tendo a sua primeira peça, Os Chapéus de Chuva, sido distinguida com o Prémio Revelação de Teatro, em 1961.Traduziu Brecht, Artaud e Novalis, entre outros autores, e colaborou em revistas literárias, como Seara Nova, Cadernos do Meio-Dia, Brotéria, Vértice, Plano, Colóquio-Letras, Hífen, Relâmpago e Phala. Ao nível do ensaio, escreveu, entre outros, O Labirinto Camoniano e Outros Labirintos, sobre a influência cabalística em diversos autores portugueses dos séculos XVI a XVIII. Obra Breve, título do ano passado que reúne toda a sua poesia, foi considerada por muitos como das mais importantes edições do ano. (fonte: Público)

Novo romance de Baptista-Bastos lançado em Maio

As Bicicletas em Setembro, o novo livro de Baptista-Bastos, a publicar pela Asa em Maio, é, nas palavras do autor, um texto «muito cinematográfico», com «várias histórias entrecuzadas». «São histórias com que pretendo dizer isto: precisamos de tolerância e compaixão», disse o escritor. Para o título do romance, Baptista-Bastos referiu ter-se inspirado num poema do jornalista e escritor Eduardo Guerra Carneiro, falecido em 2004. (fonte: Diário Digital)

19.1.07

Migrations 2007













Migrations é um intercâmbio cultural que tem como propósito a candidatura de Córdoba a Capital Europeia da Cultura em 2016. Até lá, a Associação Cultural Los Amigos de Marsuf vai realizar uma série de intercâmbios com vários cidades europeias, das quais a primeira é Lisboa. O projecto foi realizado em Outubro passado, nos dias 20 e 21, em Córdoba, e será apresentado agora em Lisboa, envolvendo artistas plásticos, músicos e poetas de ambas as cidades.

Dia 20 de Janeiro, amanhã, às 18h30, na Casa Fernando Pessoa, leitura de poemas por Juan Carlos Reche, Juan Antonio Bernier, Carlos Pardo, José Luís Peixoto, José Mário Silva e Pedro Santa María.

Clique na imagem para ver a restante programação.

Pessoa segue dentro da "carta-branca" concedida a Maria de Medeiros pela Gulbenkian de Paris












Maria de Medeiros inicia hoje o primeiro de três dias de programação cultural "Carta Branca", da Fundação Gulbenkian, em Paris. A ocasião, diz, permite-lhe reunir amigos e apresentar artistas cujo trabalho e personalidade admira. O recital A Little More Blue, hoje, antecipará o lançamento, no próximo mês, do seu primeiro CD. Temas de Caetano, Chico, Milton e Gilberto Gil serão interpretados pela actriz. A "Carta Branca" concedida terá continuidade no sábado. O monólogo Trois Semaines Après le Paradis, de Israel Horovitz, ocupa uma das salas da casa do fundador. Ao monólogo segue-se a leitura de um texto para teatro da autoria de Álvaro Garcia de Zuñiga. A actriz irá ainda satisfazer no mesmo dia um velho sonho, brindando o seu programa com uma improvisação ao piano de António Vitorino d'Almeida - seu pai - e um duo entre o compositor e a sua amiga e fadista Mísia. No domingo, Maria de Medeiros começa a encerrar a liberdade promovida pela Gulbenkian com a projecção, pela primeira vez em França, do filme A Morte do Príncipe, trabalho realizado com Luís Miguel Cintra a partir da peça com o mesmo título e "fragmentos de teatro" de Fernando Pessoa. Mais tarde, o actor francês Frédéric Pierrot e o baterista Cristophe Marguet interpretam extractos do Livro do Desassossego, e os amigos de adolescência da actriz Pedro Proença e Manuel João Vieira reproduzirão a performance O Concurso de Desenho Surrealista. Um concerto com o multifacetado Manuel João Vieira e Filipe Melo, ao piano, encerra os três dias da "programação Medeiros".
(fonte: JN)

Eugénio de Andrade duplamente relembrado no Porto

Se fosse vivo, Eugénio de Andrade faria hoje 84 anos. Mas, apesar de desaparecido em Junho de 2005, o poeta e a sua obra continuam presentes no imaginário da cidade que ele escolheu para viver, o Porto, e também do país. E a mobilizar evocações e homenagens, como aquelas que hoje se distribuem por dois lugares a que Eugénio esteve ligado nesta cidade. O primeiro, a Fundação Eugénio de Andrade, que foi casa do poeta e agora acolhe a memória (também material) da sua obra, celebra o dia do seu nascimento na Póvoa da Atalaia nesse dia 19 de Janeiro de 1923 com um programa, às 21h30, que reúne a exibição de vídeos e um recital de poesia. Outra sessão terá lugar, às 18h00, na Cooperativa Árvore, lugar que Eugénio frequentou ao longo dos anos. Numa iniciativa do editor José da Cruz Santos, o musicólogo Manuel Dias da Fonseca fará a apresentação de um programa em que intervirão o maestro Álvaro Salazar, que falará da presença da música na poesia de Eugénio; o duo Pourquoi Pas (Raquel Lima, flauta; Augusto Pacheco, guitarra) interpreta obras de Debussy, De Falla e Lopes-Graça, e Alberto Serra fará a leitura de poemas. (fonte: Público)

18.1.07

Ian McEwan descobre irmão aos 58 anos












O escritor inglês Ian McEwan «descobriu», aos 58 anos de idade, ter um irmão, mais velho do que ele, que a mãe «escondeu da sociedade» por ser fruto de uma ligação extra-conjugal. Relatado nos jornais ingleses, o caso, que o escritor terá encarado como mais uma demonstração de que a realidade pode ser mais «criativa» do que a ficção, remonta aos anos da segunda guerra mundial, quando, com o marido ausente na frente de combate, a então senhora Rose Wort se liga sentimentalmente a David McEwan. Nasce da relação um rapaz, Dave, que Rose, temendo a condenação social, coloca, através de uma anúncio num jornal, à guarda de um casal, Rose e Percy Sharp. O marido de Rose Wort morre no desembarque na Normandia e ela pode então casar-se com David McEwan. Dessa união nascerá Ian McEwan.
Dave, o filho da ligação extra-conjugal de Rose com David, só recentemente, por indicação do seu pai adoptivo, tomou conhecimento de que este e Rose Sharp não eram os seus pais biológicos.
Durante 20 anos, os dois irmãos viveram, sem saberem das respectivas existências, a pouco mais de 20 quilómetros de distância um do outro: Dave em Wallingford e Ian em Park Town, Oxford. A descoberta do irmão suscitou ao autor de Expiação este comentário: «Foi uma grande surpresa e um grande prazer. Ele é bem-vindo à nossa família, ele e toda a sua família. Tenho pena de não ter podido conhecer os seus pais adoptivos, que morreram entretanto». Por seu lado, Dave, um operário da construção civil, confessou a um jornal local nunca ter ouvido falar de Ian mas ter lido já, desde que o conheceu, todos os seus livros. (fonte: Diário Digital)

16.1.07

Canónico












1) Anna Karenina de Leo Tolstoy
2) Madame Bovary de Gustave Flaubert
3) Guerra e Paz de Leo Tolstoy
4) Lolita de Vladimir Nabokov
5) As Aventuras de Huckleberry Finn de Mark Twain
6) Hamlet de William Shakespeare
7) O Grande Gatsby de F. Scott Fitzgerald
8) Em Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust
9) Os Contos de Anton Chekhov de Anton Chekhov
10) Middlemarch de George Eliot

Esta é a lista das listas e resulta do cruzamento das escolhas de 125 dos mais importantes escritores da actualidade que conseguiram eleger, no final, 544 títulos diferentes. Está tudo no livro The Top 10 de J. Peder Zane (Norton, 352 págs) que a Time apresenta em primeira mão.

Para votar Fernando Pessoa marque 760122005

Os Grandes Portugueses é o novo programa de entretenimento da RTP que combina o Documentário com o Grande Espectáculo. O programa destina-se a eleger – por meio de voto – a personalidade mais marcante da História de Portugal. O português que cada um mais admira. O período de votação para esta fase final teve início às 0h00 do dia 15 de Janeiro e decorrerá até ao dia do Grande Debate, que terá lugar durante o mês de Março. Até essa data irão ser exibidos documentários alargados sobre cada um dos 10 finalistas, onde se fará a defesa do valor e qualidades de cada um deles, para que possamos conhecê-los melhor e sobre eles ponderar.

OS 10 FINALISTAS: D. Afonso Henriques, Álvaro Cunhal, António de Oliveira Salazar, Aristides de Sousa Mendes, Fernando Pessoa (documentários hoje e a 14 de Fevereiro), Infante D. Henrique, D. João II, Camões, Marquês de Pombal e Vasco da Gama.

Ray Güde-Mertin, um obituário










Morreu a Ray Güde-Mertin. O que centenas de autores lhe devem, pelo mundo fora, não pode ser contabilizado. Mais do que agente literária ((Saramago, Agualusa, Verissimo, Lins, Zimler, Rosa Mendes, Scliar, Raduan Nassar, João Ubaldo, Tabajara, Lucho Sepúlveda, Mário de Carvalho, Aparaín, Lídia Jorge, Santiago Gamboa, tantos), ela era também amiga de quase todos eles, distribuindo o seu afecto por Portugal, Brasil, Argentina, Uruguai ou na África de língua portuguesa, onde quer que estivesse um dos seus autores. (para ler no Origem das Espécies)

Leszek Kolakowski vai receber Prémio Jerusalém












O escritor e filósofo polaco Leszek Kolakowski, autor de Conversas Com o Diabo entre outras obras, vai receber o Prémio Jerusalém de Literatura pela sua contribuição para a «luta pela liberdade do indivíduo na sociedade». Kolakowski, de 80 anos, receberá o prémio de 10 mil dólares durante a Feira Internacional do Livro, dia 18 de Fevereiro, informa hoje a imprensa local. O Prémio Jerusalém foi criado em 1963. Jorge Luis Borges, Bertrand Russell, Arthur Miller, Mario Vargas Llosa, Susan Sontag, Simone de Beauvoir e Milan Kundera são alguns dos escritores anteriormente premiados. (fonte: Diário Digital)

"Poesia Completa" de Miguel Torga reeditada em Fevereiro












A Poesia Completa de Miguel Torga vai ser reeditada em Fevereiro pela Dom Quixote, num volume de cerca de 1.000 páginas que inclui os poemas publicados nos seus famosos Diários. A reedição insere-se nas comemorações do centenário do nascimento de Miguel Torga, considerado um dos grandes escritores portugueses do século XX. Autor de mais de trinta títulos de poesia, ficção e teatro, Miguel Torga nasceu em 12 de Agosto de 1907 e morreu em Janeiro de 1995. Foi o primeiro vencedor do Prémio Camões, o mais importante galardão literário da lusofonia, em 1989.
(fonte: Diário Digital)

Seamus Heaney ganha prémio T.S. Eliot de Poesia

















O poeta irlandês Seamus Heaney, Nobel da Literatura 1995, ganhou o prémio T.S. Eliot de Poesia com a sua décima segunda colectânea poética, District and Circle. Heaney inspirou-se, para esta obra, nas suas viagens de comboio em hora de ponta na linha District and Circle do Metro de Londres, num Verão de princípios dos anos 60. Nascido em Derry, Irlanda do Norte, Heaney publicou em 1965 o seu primeiro livro de poemas, Eleven Poems, e um ano depois, com Death of a Naturalist, obteve o prémio literário Eric Gregory. Em 1966 e 1999, respectivamente, viu distinguidos com o prémio Whitbread (hoje Prémio Costa, para o melhor livro do ano) The Spirit Level e a sua tradução de Beowulf (um poema épico do primeiro milénio). Impossibilitado de assistir à cerimónia de entrega do prémio, Heaney, 68 anos, enviou uma mensagem a agradecer a distinção observando que, quando deu a um dos poemas de District and Circle o título Anything Can Happen, não imaginou que isso mesmo viesse a suceder com o livro. (fonte: Diário Digital)

Performance VOLTE-FACE no Tambor Q Fala








A convite da Associação BARULHO, o Grupo de Intervenção Poética PIM! apresentará mais uma performance VOLTE-FACE #2, desta vez, no Bar Tambor Q Fala (Casal do Marco, Seixal), espaço de exploração artística dinamizado pelo Projecto Tocá Rufar. Estas actuações consistem em performances interdisciplinares que incluem a declamação/interpretação de onze poemas e uma declaração - seleccionados a partir do n.º 2 do VOLTE-FACE - com acompanhamento musical ao vivo, projecção de vídeo/animações multimédia, e dança contemporânea.

12.1.07

30 anos de separação








Publicação reunindo o colombiano Gabriel García Marquez e o peruano Mario Vargas Llosa poderá por fim a um afastamento que já dura há 30 anos e que foi selado a murro. Por motivos ainda hoje desconhecidos, os dois escritores chegaram a vias de facto num cinema e nunca mais se falaram. Agora que Vargas Llosa se prepara para fazer incluir um prólogo de sua autoria, datado de 1971, altura em que era amigo de García Marquez (padrinho do filho de Vargas Llosa, Gabriel), na edição comemorativa dos 40 anos da publicação de Cem Anos de Solidão, os ânimos poderão serenar de uma vez por todas. (mais para ler no Guardian)

11.1.07

William Boyd reforça candidatura ao Prémio Costa Livro do Ano












A obra Restless, uma história de espionagem que se passa na Segunda Guerra Mundial e tem como personagem central uma espia russa, deu a William Boyd o Prémio Costa para melhor romance, tornando o autor um forte candidato ao Prémio Costa para o livro do ano, que será anunciado em Londres a 7 de Fevereiro. Já não é a primeira vez que Boyd ganha este prémio prestigiado, que antes se chamava Prémio Whitbread e é atribuído a escritores residentes no Reino Unido e Irlanda. Há 25 anos, recebeu o Prémio Whitbread para primeiro romance, com o livro A Good Man in Africa. Este galardão tem ainda outras quatro categorias - primeiro romance, livro infantil, biografia e poesia. Cada vencedor recebe 7500 euros. A grande surpresa surgiu na poesia, com o júri a escolher John Haynes e o seu livro Letter to Patience em relação ao Nobel irlandês Seamus Heaney, que, é, diz o Guardian, o "campeão peso-pesado dos poetas britânicos". (fonte: Público)

Correntes d´Escritas aborda relação da literatura com a arte

As relações da literatura com as outras artes dão o mote ao 8º Encontro de Escritores de Expressão Ibérica, Correntes d'Escritas, que decorre de 7 a 10 de Fevereiro na Póvoa de Varzim. O Correntes d´Escritas conta com cerca de 53 participantes, mais de metade nacionais. A par de escritores surgem nomes de cantores, actores, fotógrafos e realizadores de cinema.
Vitorino e Sérgio Godinho são dois dos cantores participantes, além da actriz Maria do Céu Guerra, da pintora Graça Morais, do realizador Fernando Lopes e do fotógrafo António Rodrigues. Entre os escritores portugueses convidados figuram Lídia Jorge, vencedora do 1º Prémio Correntes d´Escritas (2004) com o romance O Vento Assobiando nas Gruas, Hélia Correia, Hélder Macedo, Fernando Pinto do Amaral, Jacinto Lucas Pires e Rui Zink. (fonte: Diário Digital)

Livraria italiana Libritalia abre hoje em Lisboa












Esta livraria, a única especializada em língua italiana no mercado português, é um projecto de três italianos que vivem em Portugal há cerca de dez anos. Docentes no Instituto Italiano em Lisboa, os três responsáveis queriam criar um espaço que colmatasse uma falta de livros italianos, ensaios, literatura e de divulgação da cultura italiana em Portugal. Com cerca de 600 títulos como ponto de partida, a Libritália aposta na ficção, ensaio, livros sobre cinema, teatro, banda desenhada, turismo e livros escolares e didácticos, uma vez que funciona na mesma rua do Instituto Italiano (Rua do Salitre). Numa área de cerca de cem metros quadrados, a Libritália reparte o espaço entre as estantes dos livros e uma área destinada à projecção de cinema, assim como à organização de exposições de fotografia, pintura, escultura. (fonte: Diário Digital)

9.1.07

Al Berto vezes dois









A Casa Fernando Pessoa, em colaboração com a Quasi Edições, promove o lançamento dos livros Eis-me Acordado Muito Tempo Depois de Mim, de Golgona Anghel e O Último Coração do Sonho, de Al Berto. Dia 11 de Janeiro, às 18:30, com apresentação de Fernando Pinto do Amaral.

Entrada livre.

As ideias liberais de Pessoa












O poeta Fernando Pessoa era um defensor de ideias económicas liberais que podem ser apreciadas (ou lamentadas) pelos seus admiradores em A Economia em Pessoa, livro organizado e prefaciado por Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central (BC) e director-executivo da Rio Bravo, empresa de serviços financeiros que editou a obra. O livro contém 11 artigos originais de Pessoa sobre temas económicos e comerciais (um deles, uma colectânea de pequenos textos) e uma entrevista fictícia elaborada pelo escritor João Alves das Neves, presidente do Centro de Estudos Fernando Pessoa. (continue a ler no Estado de S. Paulo)

8.1.07

O blogue do Bioy








«Os diários de Bioy com Borges carregam da mordacidade irresponsável da juventude à questões de teoria literária, Gardel, Shakespeare, Dante, Cervantes, Faulkner, psicanálise, e revelam um Borges por inteiro, embora não inteiramente desvelado. Mal comparando, seria quase o exercício de um blog nos dias atuais, o Blog do Bioy. Esse volume inédito de Bioy Casares sobre sua relação com Borges foi publicado no início de novembro na Argentina. Borges (Destino Ediciones), no entanto, está longe de ser unanimidade. Como contém a íntegra do material em 1.663 páginas, foi uma edição que se esquivou de limar sobras e emoldurar os principais textos. Há doses espetaculares de sarcasmo & auto-ironia aqui e ali. 'Borges estava muito apaixonado por Silvina Bullrich. Um dia, esta perguntou para ele: 'Que fizestes esta noite, quando voltastes do Tigre?'. Borges: 'Fui caminhando até em casa, porém passei em frente da tua antes; tinha de passar em frente da tua casa essa noite'. Silvina perguntou a ele a que horas havia passado. Borges: 'À meia-noite.' Silvina: 'A essa hora eu estava em meu quarto, em minha cama, com um amante'.'» (completo no Estado de S. Paulo)

Este livro já foi comprado para Portugal.

Vaticano homenageia Oscar Wilde












Oscar Wilde, uma das figuras mais controversas e consagradas da história da literatura ocidental, recebeu uma rara homenagem do Vaticano, com o lançamento de uma antologia de frases organizada por um colaborador próximo do papa Bento XVI. Provocações: aforismos para um cristianismo inconformado, compilação de mil frases de carácter moral organizada pelo padre Leonardo Sapienza, chefe do protocolo do Vaticano, está a merecer a atenção mediática internacional. "Vaticano sai do armário e abraça Oscar Wilde" foi o título do The Times. Em Itália, o lançamento do livro foi "uma supresa: um ícone homossexual foi aceite pelo Vaticano", diz o diário La Repubblica. Sapienza afirmou ao The Times que incluiu Wilde na compilação, porque "foi um escritor que viveu perigosamente e, às vezes, escandalosamente, mas deixou muitas máximas afiadas". Wilde teve uma relação controversa com o catolicismo. Nascido numa família protestante e filho de pai agnóstico, Wilde teria sido baptizado a pedido da sua mãe e sem que o seu pai soubesse. Teve uma relação de admiração com a Igreja e recebeu a benção do Papa. Dizia que não era católico, antes "um papista violento". (fonte: JN)

"A Fórmula de Deus" foi o romance mais vendido em Portugal em 2006









O último livro de José Rodrigues dos Santos, editado pela Gradiva, tirou 100 mil exemplares em apenas dois meses. A Fórmula de Deus coloca o protagonista na rota da crise nuclear com o Irão e da prova científica da existência de Deus e durante seis semanas ocupou o primeiro lugar dos tops semanais da FNAC e da Bertrand. Já tem os direitos vendidos para a Grécia e para Espanha, estando ainda a ser negociados para outros países.

5.1.07

Prémio Goncourt "Les Bienveillantes" sairá na Dom Quixote









Les Bienveillantes, de Jonathan Littell (ed. Gallimard) vai ser publicado em Portugal pela editora Dom Quixote durante este ano. O romance "sensação" da última Feira do Livro de Frankfurt, de 900 páginas e que já tinha sido vendido para a Alemanha, Itália e Holanda, foi escrito pelo filho de Robert Littell (ex-jornalista e escritor de "thrillers") e ganhou o Prémio Goncourt. Jonathan Littell, actualmente a viver em Barcelona, é americano e escreveu o romance em francês. Vasco Pulido Valente, na sua coluna do PÚBLICO, publicada a 23 de Dezembro 2006, intitulada "Os livros do ano" escreveu: "Se há possibilidade de compreender um executor da "Solução Final", Les Bienveillantes é a aproximação mais verosímil. De Berlim à Lituânia e da Lituânia ao Cáucaso, o horror cresce com uma lógica irresistível e prosaica, que Max Aue [a personagem, um oficial SS] aceita como a própria expressão de uma necessidade exterior e que não põe em dúvida, explica ou justifica. A passagem sobre o massacre de Babi-Yar, por exemplo, alucinante e metódica, mostra uma espécie de homem que mesmo hoje não se consegue conceber. O génio de Littell, um americano educado em França, está em o tornar real." (fonte: Público)



Os livros do ano
Vasco Pulido Valente

Os "livros do ano" são aqui os livros que saíram este ano e os livros que por acaso li ou redescobri este ano. Com este aviso, começo por um livro português, D. Carlos de Rui Ramos (Círculo de Leitores, 2006). D. Carlos é uma biografia que não é só uma biografia, é a história de uma época ou, mais precisamente, da decadência e queda do regime monárquico. Há muito tempo que não se escrevia nada de comparável. Céptico, penetrante, minucioso, D. Carlos diz mais sobre o país pobre e patético que nós somos do que toda a "análise política" por aí à venda. A seguir a Rui Ramos, talvez seja apropriado falar do romance de Jonathan Littell, Les Bienveillantes, As Fúrias (Gallimard, 2006), o último prémio Goncourt, que conta a carreira de Max Aue, um oficial SS, durante o nazismo e a guerra. Se há possibilidade de compreender um executor da Solução Final, Les Bienveillantes é a aproximação mais verosímil. De Berlim à Lituânia e da Lituânia ao Cáucaso, o horror cresce com uma lógica irresistível e prosaica, que Max Aue aceita como a própria expressão de uma necessidade exterior e que não põe em dúvida, explica ou justifica. A passagem sobre o massacre de Babi-Yar, por exemplo, alucinante e metódica, mostra uma espécie de homem que mesmo hoje não se consegue conceber. O génio de Littell, um americano educado em França, está em o tornar real. Muito longe da monstruosidade moderna, God"s War de Christopher Tyerman (Penguin, Allen Lane, 2006) é a primeira história geral das cruzadas depois da história já clássica de Steve Runciman. Quem acredita na ideia corrente de uma agressão da Cristandade militante a um pacífico mundo muçulmano devia tirar uma semana para as mil e tantas páginas deste livro erudito e tranquilo. Aprendia alguma coisa e deixava de engolir facilmente a propaganda oficial. Fora o que se publicou em 2006, duas descobertas. Para começar, a Histoire de l"Affaire Dreyfus de Joseph Reinach (Robert Laffont, Bouquins, reedição de 2006), o dia-a-dia do Affaire, de que nasceu em grande parte a I República Portuguesa e, muito pior, a nefanda personagem do "intelectual", que nunca mais nos largou. Mas também um retrato do pior da França, isto é, da França habitual. E, para acabar, O Bom Soldado Shweik, de Jaroslav Hasek (na edição integral e na tradução inglesa, reconhecidamente a melhor, Penguin Classics), um dos grandes romances que jamais se escreveram e sobre que seria estúpido e pedante dissertar agora. Excepto para dizer que me ri como nunca me tinha rido antes com livro nenhum.

4.1.07

Gabriel García Márquez celebra "140 anos de solidão"












O escritor colombiano Gabriel García Márquez celebra este ano o 40º aniversário da publicação do romance considerado a sua obra-prima, Cem Anos de Solidão (1967), e um quarto de século da recepção do prémio Nobel da Literatura (1982). Apesar de normalmente evitar actos públicos, García Márquez não conseguirá «escapar», este ano, a diversas homenagens, como a que lhe será feita no IV Congresso Internacional da Língua Espanhola, em Março, na cidade colombiana de Cartagena das Índias. O romance vendeu 15.000 exemplares nas primeiras semanas só na capital argentina. Até agora foram vendidos mais de 30 milhões e foi traduzido em 35 línguas. (fonte Diário Digital)

Prémio de Poesia Nuno Júdice pretende revelar novos poetas












A Câmara de Aveiro apresentou ontem o Prémio Municipal de Poesia Nuno Júdice, instituído para valorizar este género literário enquanto expressão da Língua Portuguesa e fomentar o aparecimento de novos valores. O concurso, para o qual os trabalhos candidatos deverão ser enviados até 16 de Fevereiro, irá distinguir o melhor trabalho de poesia com um prémio de 2.500 euros, a ser entregue a 21 de Março, Dia Mundial da Poesia. Prémio Municipal de Poesia Nuno Júdice é organizado pela Câmara Municipal de Aveiro em parceria com a Universidade de Aveiro e o Grupo Poético de Aveiro, sendo o júri constituído pelo vereador dos Assuntos Culturais, Miguel Capão Filipe, a professora da Universidade de Aveiro Fátima Pombo, Luís Serrano, Alberto Serra e Rosa Maria Oliveira, em representação do Grupo Poético de Aveiro. (fonte: Diário Digital)